domingo, 15 de outubro de 2017

Pós-apocalipse



Há uma ostra que segue cada caminho sem roer. Ali, enquanto eu arrumo as meias e batizo seus ossos. Essa ostrinha sobe, sobe esse pontilhado comigo. Foi trazido para o colar das conchas. Ostrinha, segue o pato, abençoa o arado, traz o osso sacrificado de manhã, estoura o câncer em meus olhos, traz ruas ou riachos para meu colo, deposita os embriões na estrada, eles engatinham até o depósito. estão a salvo, tremo de alegria ao olhar. Por favor, não deixe que macetem minha ostrinha. Eu tentei, e muito. eu juro que tentei. Creio nEle como em todas as coisas. o vácuo em meu colo é preciso, deixo de me comunicar, tomo oito litros de chá oxidado por minuto, espero a balsa atracar, ouço o ruído idiossincrático, estico a espinha até alcançar os cabides, peço ao pêndulo que se aquiete. Ouço o pêndulo estiolar. Continuo a escrever e não ouço as vozes na calçada. Peço quieto para que não me atrapalhem. Quais pequenos compartimentos esperam por um deserto. Pode-se retirar ao sentar. Coloque o mesmo tiro para vibrar. Pressione até que saia todo ruído e desmaie. Espere até que nada mais exista. Vamos morrer com cuidado, meu amorzinho? As palavras ainda são promessa. o domínio retorcido de todo um universo. só não apodrecemos porque já fomos cremados. eu adorei quando ela trouxe meu osso para cozinhar e substituiu pequenos corpos, insetos eletrizados, torcidos de manhã. Traz a jóia persa e deposita em minha boca bem aberta, um pequeno rivotril amassado. Há uma ostra, que segue cada caminho sem roer.

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