terça-feira, 6 de dezembro de 2016

resíduo mnemônico




Eu tenho pena que exista uma pequena ostra sentada. E que as coisas estejam dissolvidas em um vácuo qualquer. E que os azuis estejam abertos, e que não exista mais nada. é azul. uma pequena solidão alveolada, estufada, macia e velha. São pequenas ostrinhas que atravessam o julgamento prematuro. Ali dói cada pedaço mínimo, cada fatia enrolada ou partida, cada coisa amanteigada como uma flor, etc. E como as coisas se movem. Elas poderiam ir e poderiam ser, sem esperar, elas poderiam depositar o próprio crânio na bandeja. E uma constelação até poderia ser a ostra maior. E as últimas horas amenizariam todas as outras, a corda se formaria e fecharia no fim. E ao menos se não houvesse mais nada, e ninguém mais tremulasse nas condições atmosféricas extremas, então.