terça-feira, 16 de maio de 2017

notas sobre uma floração



“Look on my works, ye mighty, and despair”. Agora um sol áspero já entorta as urtigas. brota as sementes enterradas sob o sol/abre uma semente de algodão. Todas as florzinhas estão voltando. Espera-se até que se abra na frente um buraco (um caminho). O movimento da ostra é apenas pendular. Os brotos estão muito sensíveis. As mudas azuis já dominam o gramado que estufou bruscamente em direção ao céu. Mas ali no descampado, os musgos e bétulas não conseguem sequer alcançar a altura de um pequeno animal sentado. Também as fissuras no solo vulcânico trazem para o interior do sono um ou outro arbusto inutilizado, o subsolo ferve e consome raízes velhas e folhas que nasceram prematuras e tombaram com o vento. Mas aqui, ao contrário, a selva estoura com facilidade. A realidade é dura, quieta, compacta. Quantos ossos são servidos em uma pequena porção? As plantas sobram de orvalho, os caules entortam durante a noite, aparece uma flor muda, conduz pela escada com o cordão/foge dos rastros, consegue o pato para as águas, sabe estar em frente. As tiras de parede sobrevoam e colam na haste de um guarda-sol, respira com calma junto aos neurônios, seduz pelo negativo os espécimes que cintilam no escuro. Sensíveis a uma passagem maior sobre suas cabeças, pincelam os olhos com óleo quente e prosseguem até enfrentar um túnel repleto de carcaças, preciosos estímulos até o mais oco da cidade, e ainda assim deveria haver alguma calma. A ansiedade tem a consistência de um tijolo indigesto embolsado por meu estômago mole. A mortalidade brilha em cada célula de todos, presenteia as sementes enterradas com nutrientes apropriados, um espaço atinge outro e quebra dentro de si mesmo, um gigantesco animal marinho torce as membranas no interior do mar desnivelado pelo escombro. O futuro é espesso, mas atrás de uma porta. Segue por um caminho plano e sem volta. Cresce de um inferno miraculoso onde as ossadas de peixe caminham entre os transeuntes. Há ossos em minha voz? Talvez eu tenha chorado com um procedimento ambíguo? Quantos blocos de sono preenchem o espaço? Quantos quilos de extrato de malte servem para o bolo impreciso? Eu queria estar com vocês criando arestas, despencando de cisnes. Até uma hora mais cedo, sempre cuidando para não arrancar demais os dedos dos pés, cuidando para não desnivelar o terreno. Eu queria dizer, estamos todos perdidamente prontos. Estamos relativamente desesperados quando a âncora cai. Como seria possível viver no fim das contas? Pois se ela também traduz o amor dos outros para nós. Os ossos deslizam maciamente ao longo do eixo, o ar pesado sufoca as urtigas de sono. Estou com medo de alguma dependência, e apesar disso há uma porta. Seriam os outonos dos meus cabelos? Eu sou falho porque não amo suficientemente o desastre? Vou fazer todas as ligações nesse exato momento. Conquistaremos duas rotinas tristes espetadas no mural. Eu poderia me chocar contra uma estrada, uma flor, um osso, um olho. Eu adoro quando você envelhece. Apenas me desculpe por estar tão longe, então vamos girar os ponteiros. O coração ainda boia na tigela de cereal, o gato passeia pelo pátio mas não ousa subir até aqui. E não importa o quanto eu o chame, ele não pode subir até aqui. Não diga que você está atrás de uma porta. É preciso esperar por uma nova revelação ou criá-la? Pois se a boca está cheia de besouros que não voam? Simples ventos modulam o aço das estruturas do quintal, fervem caldos que evaporam, sentem expirar. ruins de sono. A abstração é uma fornalha. A resposta é depositada pelo guindaste no terreno inóspito: então aquilo aconteceu como galhos de árvore! Quais ervas travadas, apenas dissolvidas no líquido que obedece a uma continuação. Vamos girar os próximos ponteiros, as sobras estão irreconhecíveis na bandeja, certas de alguns séculos sem cores, inteiras entortando como os caules depois da janela.